Djalma Santos e Bellini

A dupla de campeões do mundo jogou pelo Atlético Paranaense

Fundado em 1951 pelos empresários Fernando Afonso Alves de Camargo e Aristides Mehri, comprado em meados dos anos 1960 pelo então governador Paulo Pimentel – deixou de circular como impresso em 6/2/2011, às vésperas de seus 60 anos, continuando por algum tempo apenas na edição digital -, o jornal O Estado do Paraná comemorava com festa cada 17 de julho, sua data de aniversário. Eram realizados almoços ou jantares, prestadas homenagens e promovido um torneio interno de futebol, sempre vencido pelo time da oficina, uma seleção de craques, imbatível. Redação, expedição, administração eram “fregueses de caderno”.

Até um belo julho de 1970, quando a redação levantou a taça pela primeira – e única – vez pelo menos nos anos em que lá trabalhei.

Em 1967, eleito presidente do Clube Atlético Paranaense, Joffre Cabral e Silve prometeu formar um super-time para disputar o campeonato estadual do ano seguinte. E cumpriu a palavra. Entre os contratados, Djalma Santos e Bellini, ambos campeões do mundo pela seleção brasileira.

Em determinado momento de sua carreira no rubro-negro, Djalma Santos foi convidado pelo jornal para escrever uma coluna sobre futebol. Entregava um texto com seu comentário, que era editado pela redação para os padrões jornalísticos.

Djalma passou a integrar o ‘time’ da redação. Fora e dentro do campo. Pois, naturalmente, acabou convidado para disputar o torneio interno de futebol. Numa das festas de aniversário do jornal, jogou praticamente sozinho e garantiu o empate de 1×1 com a oficina, no tempo regulamentar. Depois de bater e converter todos os pênaltis, vestiu a camisa de goleiro, fez duas defesas e garantiu a taça.

Um feito inesquecível.

CAFÉ COM O CRAQUE

Bellini (Hideraldo Luiz Bellini) também jogou no Atlético e ao lado de Djalma Santos. Um craque nos campos do futebol e na simpatia.

Erailtho Thiele, dentista de formação, mas que dedicou praticamente sua vida inteira a serviço da Prefeitura de Curitiba em outras áreas, desde os tempos da gestão Ney Braga (1954-1958), foi durante anos diretor do Departamento de Limpeza Urbana – tempos, bons tempos!, em que a cidade era frequentemente qualificada como ‘a mais limpa do Brasil’, sempre arrancando elogios dos visitantes.

Atleticano “roxo” – pai do ortopedista Edilson Thiele, especialista em joelho, que foi médico do Atlético e da seleção brasileira – ficou amigo de Bellini e o convidou para um café no escritório do Departamento, uma antiga casa na esquina das ruas Mariano Torres e Amintas de Barros. Lugar que eu, como amigo de Erailtho (mas, como coxa-branca, adversário no futebol), ia tomar cafezinho todo início de tarde, antes de iniciar a jornada vespertina no então Departamento de Relações Públicas e Promoções, que cuidava da divulgação da Prefeitura.

Eram momentos saborosíssimos, não só pelo excelente café, como pelo agradável papo com Bellini, que aprendeu o caminho e passava por lá vários dias da semana.

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