Largo da Alfândega de cara nova

O teto da estrutura metálica remete à tradicional renda de bilro açoriana

Área considerada como patrimônio histórico e um dos principais pontos turísticos da cidade, o Largo da Alfândega, no centro de Florianópolis (SC), foi inteiramente revitalizado e ganhou uma estrutura metálica revestida com placas perfuradas que remetem aos tipos de rendas de bilro, famosas no artesanato regional e que funcionam como um sombreiro.

As obras, entregues no final da semana passada, foram realizadas pela Concrejato Engenharia, especializada na execução de serviços técnicos de revitalização, restauro do patrimônio histórico e arquitetônico, recuperação e reforço estrutural e obras especiais.

No portfólio da empresa estão as restaurações do Theatro Municipal, da Catedral da Sé, do Museu da Língua Portuguesa e do Museu do Futebol, em São Paulo, a revitalização do Museu de Arte do Rio – MAR, os restauros do Mosteiro de São Bento e Cine Palácio, a recuperação do Elevado do Joá e as obras emergenciais do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. E inicia agora a recuperação do Museu do Ipiranga, na capital paulista.

Em Florianópolis, as obras foram iniciadas em outubro de 2018 e contemplaram uma área de 13.865 m², incluindo o entorno do Largo da Alfândega. Foram executados um novo sistema de drenagem e reforço das bases para reassentamento dos paralelepípedos, troca do calçamento de blocos de concreto intertravados por um piso de concreto armado revestido com placas de granito, decks de madeira, novas instalações elétricas e um sistema de iluminação novo, paisagismo e mobiliário urbano.

O projeto contou com a construção de dois novos módulos comerciais com 10 toneladas de aço que vão abrigar duas lanchonetes, cafeteria, sanitários, centro de atendimento para turistas, posto policial, floricultura, bicicletário, além de um espaço para produção de artesanato indígena e cerâmica.

De acordo com Fernanda Lapo, arquiteta da Concrejato, outras 21 toneladas de aço foram utilizadas para a estrutura metálica do espaço externo coberto, cujo teto ondulado faz referência à tradicional renda de bilro açoriana. Para a arquiteta, esse foi um dos desafios da obra e o resultado é muito positivo:

“Toda a parte da cobertura de inox foi cortada a laser para o teto ser sustentado por dez pilares metálicos, cada pilar com três tubos. A estrutura de renda foi a parte mais complexa e também a mais importante da obra. O teto ondulado é belíssimo e causa impacto visual em cada um que visita o espaço”.

Além disso, três dos cinco espelhos d’água revitalizados que simbolizam o reencontro do mar com a Alfândega vão de encontro a um muro submerso, localizado no decorrer das obras e catalogado por arqueólogos. Outros destaques ficam por conta dos 1.600 m² de decks de madeira e dos 144 m² dos bancos de concreto rodeados por árvores e iluminados por lâmpadas de LED instaladas nos postes do entorno.

 

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