“M”, exposição de fotos retrata a mulher marginalizada

Gabriel Bonfim retrata cenas aparentemente comuns na vida de mulheres brasileiras

Uma exposição de fotografias chamada apenas de “M” – que remete a Mulher e também a Maria, nome feminino mais popular na América do Sul -, abre na quarta-feira 7 de março, véspera do Dia Internacional da Mulher, no Museu da Fotografia, no Solar do Barão, em Curitiba (r. Presidente Carlos Cavalcanti, 533, Centro).

Os trabalhos são de autoria do fotógrafo brasileiro radicado na Suíça Gabriel Bonfim, que retrata mulheres marginalizadas e que lutam para conquistar seu espaço na sociedade. Curitiba é a primeira cidade do roteiro da exposição, que também se repete em São Paulo, dia 8, e no Rio de Janeiro, dia 14.

Belas fotos, como a da transexual na escadaria, compõem o acervo de “M”

“M” inclui uma videoinstalação em 11 telas e uma série de 12 imagens da coleção Portraits do acervo de arte de Gabriel Bonfim, com retratos feitos por ele em vários lugares do mundo. A mostra, com entrada gratuita, pode ser visitada até 10 de junho, de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h, e sábado e domingo, das 12h às 18h.

A exposição tem como slogan “Meu lugar na sociedade” e nela Gabriel Bonfim retrata cenas aparentemente comuns na vida de mulheres brasileiras. No registro da transexual na escadaria Selarón, no Rio de Janeiro, ou da Ialorixá na igreja da Ordem Terceira de São Francisco, em Salvador, as imagens descortinam histórias que levam o espectador a perceber algumas das dificuldades enfrentadas por essas mulheres.

A mostra procura resgatar a história de luta de cada uma das retratadas a partir de onde foram fotografadas

Diz o fotógrafo: “Busquei resgatar a história de luta de cada uma das minhas convidadas a partir de onde as fotografei. É como se ao retratá-las ali – nos mais belos e importantes locais no centro dessa sociedade – pudéssemos ressignificar aquele espaço e, assim, como protagonistas de suas próprias histórias, elas retomariam o seu lugar na sociedade que as marginalizou. Meu trabalho tem como objetivo trazer um pouco desse incômodo para que toque as pessoas e as leve a pensar”.  A ideia da exposição nasceu em 2013.

As fotografias de “M”, que tem curadoria de Thomas Kurer, guardam ainda uma interação entre si, narrando um enredo bem típico da mulher brasileira. “A partir da observação das histórias ambientadas nos mais diversos estados do país, as imagens convidam o visitante a uma reflexão sobre a forma de como tratamos as mulheres no geral e, em particular, sobre a luta de cada uma para ocupar o seu lugar na sociedade”.

A exposição em Curitiba fica em cartaz até 10 de junho, no Solar do Barão

O ARTISTA

Gabriel Bonfim nasceu em São Paulo em 1990. Desde cedo desenvolveu uma grande afeição pela arte. Depois de dedicar três anos à faculdade de Direito e de trabalhar em um escritório de advocacia, decidiu dedicar-se permanentemente à fotografia.

Como fotógrafo de moda, desenvolveu sua habilidade profissional e técnica. Depois de anos de aprendizado e viagens pela Holanda, Alemanha e Bélgica, mudou-se para a Suíça, onde conheceu Thomas Kurer, atualmente gerente de seu acervo.

Em 2016, teve a sua primeira exposição individual De Fotografia à Tactography™ – para os olhos e para os dedos – no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, onde uniu seu olhar único à tecnologia Tactography™, que escaneia o objeto fotografado e mapeia as proporções e profundidade para criação de peças em 3D.

Graças à Tactography™, a fotografia transforma-se em imagem para os deficientes visuais, e, ao pintá-la de branco, transforma-se em arte para os não deficientes. Esta mostra deverá ser montada em breve em Curitiba.

 

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