Passeio com muita história

Trem Caiçara opera aos sábados e domingos entre Antonina e Morretes/foto: Divulgação ABPF

A antiga Estrada de Ferro Dona Isabel, criada no final do século 19 pelos irmãos engenheiros Rebouças – André e Antônio -, para ligar o porto de Antonina, no litoral histórico paranaense, a Curitiba é, desde a sexta-feira 20/11, o cenário de uma nova atração turística: o Trem Caiçara, que percorre aos sábados e domingos o trecho entre Antonina e Morretes, ramal aberto em 1892.

O Trem Caiçara é resultado da parceria entre a Rumo, maior operadora de ferrovias do Brasil, e a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF).

A composição é puxada por uma centenária locomotiva a vapor: a Mogul de número 11, fabricada no ano de 1884 pela Baldwin Locomotive Works. É a mais antiga locomotiva a vapor em operação regular no Brasil.

Para viabilizar o projeto, a ABPF investiu R$ 500 mil no restauro da Maria Fumaça e mais R$ 200 mil nos vagões de passageiros, cada um com capacidade para 120 pessoas.

A Rumo destinou R$ 700 mil para a revitalização do trecho. O projeto de restauro da via foi viabilizado após assinatura de um protocolo de intenções entre a concessionária e o Governo do Paraná, no final de 2019.

O PASSEIO

O Trem Caiçara percorre um trecho de 16 quilômetros em meio à Mata Atlântica, cruzando áreas de rios e manguezais, além de propriedades rurais que margeiam a ferrovia entre as duas cidades.  Os passeios são aos sábados e domingos, com duas saídas em cada uma das estações: 9h30 e 14h30 em Antonina, 11h e 16h em Morretes. O retorno ao ponto de partida se dá via transporte rodoviário, sendo possível a compra da passagem junto ao ingresso.

Durante dezembro e janeiro, o serviço funcionará também às sextas-feiras. A passagem custa R$ 60; o retorno rodoviário, R$ 15. Criança até cinco anos não paga.

Em função do atual período de pandemia, estão sendo tomadas todas as medidas de prevenção indicadas pelos governos e pela Organização Mundial da Saúde. Não será permitido o embarque de passageiros sem máscara.

O diretor da ABPF Rodrigo Dolega, diz que o Trem Caiçara “é uma verdadeira oportunidade para pessoas de todas as idades conhecerem e reviverem os tempos áureos da ferrovia”: “As últimas excursões que transportaram turistas usando a linha foram na década de 1990, e apenas em datas comemorativas”.

Guilherme Penin, diretor de Regulatório e Relações Institucionais da Rumo, destaca: “Estamos felizes em fazer parte deste momento de resgate da memória ferroviária no estado do Paraná. Esta parceria é importante para fomentar o turismo na região, assim como já temos feito com os trens de passageiros da Serra Verde. A comunidade poderá conhecer de perto duas importantes cidades do litoral, dando um novo significado para um trecho que ainda tem muitas boas histórias para contar”.

A autorização para a construção da ferrovia entre Antonina e Curitiba foi dada aos engenheiros Rebouças em 1871; quatro anos depois, o marco zero da via férrea foi transferido para Paranaguá. O ramal de Antonina foi aberto em 1892, como mais uma opção para o desenvolvimento das cidades, no escoamento de riquezas da região.

A Maria Fumaça foi a primeira adquirida pela Estrada de Ferro Paraná para operar na Ferrovia Paranaguá-Curitiba, sendo utilizada até o final da década de 1950. Em 1965, em comemoração aos 80 anos da ferrovia, foi escolhida para ser preservada, devido a seu número 11, em homenagem a 11ª divisão da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA). Atualmente, faz parte do patrimônio da ABPF, responsável por reformá-la para esse projeto especial.

Informações: https://abpfsul.com.br/; 0800 880 2006 ou tremcaicara@abpf.com.br

 

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