Uma batalha das Malvinas na França

As seleções da Argentina e da Inglaterra, antes do jogo

Um bar da Rua 24 Horas, em Curitiba, anunciou a distribuição de 50 chopes de graça se a Argentina perdesse para o Equador, na rodada final da fase de classificação para a Copa do Mundo da Rússia, na noite da terça-feira 10/10, em Quito.

A derrota tiraria los hermanos da disputa.

Uma jogada de marketing? Para mim, jogo miúdo. Que não deu em nada, porque os argentinos venceram por três a um – três gols do craque Messi – e se classificaram em terceiro entre os sulamericanos.

Copa do Mundo sem Brasil e Argentina não tem graça. Afinal, se o Brasil tiver receio de enfrentar os grandes, é melhor desistir e ficar em casa. A rivalidade é boa, é saudável, é importante. Alavanca os rivais. Torna os campeonatos mais atrativos, mais disputados.

Brasil e Argentina deveriam ter presença cativa nas Copas do Mundo.  A camisa canarinho e a azul e branca só engrandecem o futebol mundial.

A introdução é para lembrar um histórico jogo entre Argentina e Inglaterra, em 30 de junho, na Copa do Mundo de 1998. Valia a classificação para as quartas de final e a partida era uma espécie de nova batalha da guerra das Malvinas (ou das Falklands, como querem os britânicos), travada entre abril e junho de 1982 pela soberania do arquipélago do Atlântico.

Eu estava em Buenos Aires, onde, na condição de diretor de Turismo da Prefeitura de Curitiba, havia feito, no dia anterior, uma apresentação sobre a capital paranaense, no hotel Libertador, a agentes de viagens portenhos. Convite do meu amigo Jorge Rutois, já falecido, sócio-diretor da Kleintur, uma operadora de turismo com sede em Curitiba, especialista em América do Sul.

Sem programa pré-estabelecido, resolvi ir ao shopping Alto Palermo, um dos maiores de Buenos Aires.

No trajeto, de táxi, o jogo estava 2 a 1 para os ingleses, que haviam virado o placar. Aí, Javier Zanetti empatou para os argentinos. Uma festa. O motorista de táxi parou o carro, desceu e dançou na rua, comemorando.

No shopping, tensão durante a cobrança dos pênaltis. Tudo parado. A praça da alimentação transformada em arquibancada. Eu, como brasileiro, apenas um espectador. Mas o entusiasmo, o patriotismo, a empolgação dos argentinos me contaminaram. E passei a torcer por eles. A torcida fazia um belíssimo espetáculo e merecia a vitória.

Nos pênaltis, 4 a 3 para a Argentina. A nova batalha das Malvinas estava ganha com louvor.

Mas a taça, na final, ficou para a França de Zinedine Zidani, que massacrou o Brasil de Ronaldo & companhia.

 

 

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