Livraria Cultura dá adeus a Curitiba

Portas cerradas na Cultura do shopping Curitiba

Uma cena muito triste para quem se depara, no shopping Curitiba, com aquele conjunto de portas de aço cerradas e o nome da empresa retirado da fachada. A Livraria Cultura deu adeus à capital paranaense e parece afundar um pouco mais em sua já delicada situação de recuperação judicial. Nesta mesma semana, também fecharam as duas Cultura de Brasília, nos shoppings Casa Park e Iguatemi.

A unidade de Curitiba já havia encolhido de três para um piso, depois de demorada reforma, concluída em setembro de 2019.

Em 2017, quando a Cultura comemorou seus 70 anos, o livreiro Pedro Herz, presidente do Conselho de Administração, lançou o livro justamente chamado “O livreiro”, onde conta a história do empreendimento.

Uma bela história, que nasceu pelas mãos de dona Eva Hertz, sua mãe, que começou alugando livros que havia trazido ao Brasil juntamente com o marido Kurt, tendo como clientes membros de famílias judias de São Paulo.

Aos poucos, incorporou ao acervo obras de autores brasileiros, até criar o que chamou de Biblioteca Circulante e crescer aos poucos, chegando ao expressivo número de dois mil funcionários em 2017, em 17 lojas espalhadas por vários pontos do Brasil, uma delas, a mais famosa, no Conjunto Nacional, na cidade de São Paulo.

A Cultura, segundo Pedro, que se formou livreiro na Suíça, foi pioneira no e-commerce no Brasil. E nisso era muito eficiente. Além do mais, sempre foi uma empresa muito simpática.

Na comemoração de suas sete décadas, em 2017, a Cultura comprou a Fnac brasileira, passando a contar com 29 lojas. E aí começou o declínio. Pedro Herz acabou vendendo a Fnac, que tinha uma unidade em Curitiba, no ParkShopping Barigui, entrou em recuperação judicial e começou a se desfazer de ativos.

Mais uma casa de cultura que se vai da cidade, no rastro da Saraiva, da Fnac e de outras, menores, deixando Curitiba mais pobre.

Entre os exemplares mais significativos, restam a Livraria do Chaim, vizinha da Reitoria; a da Vila, no shopping Pátio Batel; a Arte e Letra, também no Batel; e a Curitiba, que parece crescer na contramão da crise e se apresenta como a maior rede de livrarias do Sul do Brasil.

Compartilhar: