Paço da Liberdade, prefeitos, museu, espaço cultural, café…

O Paço foi construído para ser a primeira sede própria da Prefeitura/foto: sesc.com.br

O Paço da Liberdade, um dos cartões postais de Curitiba, completou em fevereiro 104 anos. Hoje, é um atraente centro cultural administrado pelo Sesc (Serviço Social do Comércio), integrante do Sistema Fecomércio Paraná.

No passado, durante 53 anos, foi sede da Prefeitura, até a transferência do Executivo, em novembro de 1969, para o Palácio 29 de Março, no Centro Cívico, ao tempo do prefeito Omar Sabbag. Abrigou 42 prefeitos entre titulares e interinos.

Depois disso, passou por adaptações e foi Museu Paranaense. Com a transferência do museu para sede definitiva no antigo Palácio do Governo, no Alto do São Francisco, em 2002, ficou bom tempo abandonado.

Em 2007, uma parceria entre a Prefeitura e o Sesc garantiu as obras de revitalização, que duraram dois anos. Na verdade, segundo relatou há tempos o próprio presidente da Fecomércio, Darci Piana, a ideia inicial da entidade, que pretendia um espaço cultural no centro de Curitiba, era reciclar o prédio do Correio Velho, com suas faces voltadas para as ruas 15 de Novembro, Presidente Faria, Marechal Deodoro e João Negrão.

Por sugestão do então deputado federal paranaense Max Rosenmann (1944-2008), o foco da Fecomércio voltou-se para o velho Paço e os entendimentos foram mantidos com o então prefeito Carlos Richa.

A inauguração da Unidade Paço da Liberdade do Sesc Paraná, com salas de exposições, cinema, música, eventos, livraria, biblioteca e um café cultural, ocorreu em 29/3/2009, aniversário da cidade.

Mas o que pouca gente sabe, é que o Paço era para ter sido construído em outro local: na praça Santos Andrade. O presidente da Câmara Municipal, vereador João Antonio Xavier, que estava no exercício do cargo de prefeito até a nomeação do novo titular, Cândido de Abreu (que assumiria seu segundo mandato; o primeiro foi de 1892 a 1894), chegou a sancionar lei, em 29/11/1912, “’autorizando o prefeito a emitir apólices até a importância de 600 contos de réis para a construção do Palácio Municipal, na praça Santos Andrade”.

Nomeado pelo presidente do Estado, Carlos Cavalcanti, em 21/1/1913, Cândido Ferreira de Abreu assumiu a Prefeitura e logo mudou os planos, transferindo o local da primeira sede própria da Prefeitura para o Largo do Mercado, onde funcionava a cadeia pública. A licitação para a obra foi feita no primeiro semestre de 1914 e em janeiro do ano seguinte o Palácio já tinha “concluída a alvenaria do corpo principal”.

A construção levou 560 dias, conduzida pelos arquitetos-construtores Angelo Bottechia e André Petrelli e supervisionada pelo próprio prefeito e pelo engenheiro-chefe de obras públicas Adriano Goulin.

A inauguração, em 24/2/1916, foi o último ato público de Carlos Cavalcanti e de Cândido de Abreu. O nome Paço da Liberdade foi dado mediante lei proposta e aprovada pela Câmara de Vereadores e sancionada dia 3/2/1948, pelo prefeito interino João Kracik Neto.

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