Tempos de Menem

Menem discursa na abertura da Semana Brasileira; ao seu lado, o embaixador Marcos Azambuja/fotos: JZ

Em agosto de 1995, na condição de diretor de Turismo da Prefeitura de Curitiba, primeira gestão de Rafael Greca, fui encarregado de representar a cidade na Semana Brasileira em Buenos Aires, evento promovido pelas Galerias Pacífico, um elegante shopping center localizado no quarteirão formado pelas ruas Florida, Córdoba, Viamonte e San Martin.

Entre 24 de agosto e 3 de setembro, aquele centro de compras e de cultura – abriga, no terceiro piso, o Centro Cultural Borges -, recebeu uma série de estandes de empresas e destinos brasileiros, atraindo milhares de visitantes.

Em ocasiões anteriores, as Galerias Pacífico já haviam realizado eventos semelhantes: a British Week, em 1992, e a American Week, em 1994. A Semana Brasileira tinha o apoio de nossa embaixada em Buenos Aires.

Domingo Cavallo, à esquerda: o então poderoso ministro da Economia

À inauguração, na quinta-feira 24, à noite, compareceram o presidente argentino Carlos Menem, o ministro da Economia, Domingos Cavallo, e uma penca de autoridades dos dois países, entre as quais o embaixador brasileiro, Marcos Castrioto de Azambuja.

Na entrada da Pacífico, despontava uma réplica do Cristo Redentor. O estande da Embratur, órgão de promoção do turismo brasileiro, ficava à margem de um corredor que simulava as ondas das calçadas de pedra portuguesa de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Curitiba apresentou aos argentinos seus ícones turísticos

O estande de Curitiba, compartilhado com a Paraná Turismo e a FozTur, de Foz do Iguaçu, hoje extinta, exibia pôsteres e backlights dos ícones da capital paranaense – Ópera de Arame, Jardim Botânico, Torre panorâmica, os parques e outras atrações como Vila Velha, ferrovia Paranaguá-Curitiba, Cataratas do Iguaçu.

Carlos Menem, o presidente que se tornou popular ao manter uma paridade artificial entre o peso argentino e o dólar, e que encerrou seus 10 anos de governo (1989-1999) em baixa, acusado de levar o país à bancarrota, morreu neste domingo 14 de fevereiro, aos 90 anos. Era senador da República, cargo que o livrou da prisão em razão de várias condenações pela Justiça.

Lembro de Menem, como uma figura apática, que aparentava tristeza, em contraste ao vigoroso ministro Cavallo com seu ar ladino e sorridente. Consegui fotografá-los a distância, impedido de me aproximar pela multidão que compareceu ao evento.

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